Eu voltarei...
...Voltarei mesmo!
Aguardem!!!
Namastê!
Michael Meneses! - @Parayba Records
Bem vindo ao blog da Parayba Records. Aqui você encontra cds novos e originais a preço de rapadura, bom humor, fotografia, minhas aventuras e muito Rock and Roll.
    
O Texto abaixo são os dois últimos parágrafos de um dos melhores livros que já li, como ele tem tudo haver comigo, aí vai: 
  
      "
  Mas vou dizer uma coisa: às vezes, à noite, quando olho pras estrelas e vejo aquele céu todo lá em cima, não achem que não fico recordando. Ainda tenho sonhos como todo mundo, e muitas vezes penso em como as coisas podiam ser. E aí, de repente tenho quarenta, cinqüenta, sessenta anos, entendem? 
      Bem, mas e daí? Posso ser um idiota, mas na maior parte do tempo tentei fazer a coisa certa. E sonhos são apenas sonhos, não são? Assim, independente de qualquer coisa que pudesse ter acontecido, acho que posso olhar pra trás e dizer que, pelos menos, não levei uma vida monótona. 
      Entendem o que quero dizer?"
  
PS: Sei que deveria dizer que livro é esse, mas não vou dizer até por que vocês devem saber que livro é esse!
Em 29 de dezembro de 1990 saí de Aracaju rumo ao Rock in Rio, com grande expectativa de não voltar a Sergipe. Queria o rock que só o Rio tinha a oferecer. Assim que cheguei ao RJ rumei pra Mal. Hermes num ônibus da linha 624 e já fui perguntando ao meu pai se o Maracanã era longe de Marechal, e ao saber o motivo da pergunta, e que já estava com ingresso para o Rock In Rio II, meu pai ficou preocupado, mas depois de uns dias caiu na real e assim se deu no dia 23/1/1991 o festival e voltei sem maiores problemas, porém, nem tudo naquela noite foram “Rosas”, também tiveram as “Armas”. O fato é que cheguei às 6:15 da manhã em casa e minutos antes da edição das 6:00 do informe O Globo no AR da Globo AM havia noticiado que um jovem de 16 anos que esteve “Na Noite de Heavy Metal do Rock in Rio 2” foi internado com overdose num hospital do Rio. O fato é que meu pai não sabia o que era overdose e já separava roupas para ir me reconhecer com overdose, só quando cheguei carretão é que ele foi saber o que era uma overdose.
No inicio residiam na Nova Brasília, no Complexo do Alemão, e logo todos trabalhavam, meu pai foi engraxate e ajudante de marceneiro, até ir ao exército em 1967. Mudara-se para o bairro de Marechal Hermes onde alguns ainda moram. Mal. Hermes era um “grande pasto”, em meio a prédios históricos como o Hosp. Carlos Chagas, Teatro Armando Gonzaga e as Escolas Santos Dumont e Evangelina, mas não existiam tantas casas como hoje.
Num período entre os anos 60 e 70, meu pai foi professor de Capoeira em uma academia, e se estou certo se situava no bairro de Cavalcante na Zona Norte do Rio. A academia se chamava “Filhos de Itapoã” e era sociedade com seu grande amigo e também meu padrinho Valdemar. Esse grupo de capoeiristas chegou a fazer história no Rio de Janeiro tendo como alguns dos principais momentos, matérias para a lendária Revista O Cruzeiro e exibição em festa na casa do ator Paulo Gracindo.
Existem dias cheios de coincidências na vida das pessoas, no meu caso alguns são sinônimos de fatos marcantes na minha vida. Dias como 12, 13, 29 e 30, não importa o mês, mas estão ligados a fatos extraordinários, loucos ou simplesmente a algo que muitos diriam impossível simplesmente ACONTECE nessas datas. Pois bem, vejamos alguns:
 29 – 12 -2006 – Finalmente um festival de rock sergipano!
O Rock in Bica marcou, por ter sido meu último encontro com boa parte da cena Rock Sergipana, pois passado o show do BSB-H tive pouco contato com a cena e em menos de uma semana estava partindo em busca de um sonho chamado Rock in Rio 2. A idéia inicial era só o festival, mas sempre existiu o desejo em voltar a morar em minha cidade natal, o que acabou acontecendo.
A primeira banda que vi foi a Triste Fim de Rosilene, já conhecia de nome, mas não sabia que era de Sergipe, qual era o estilo e muito menos que a banda tinha uma mulher no vocal, achei seu show/som surpreendente. 
Dias antes do AJU ROCK FEST, o Athos Moura baixista do Ataque Periférico(RJ), comentou em meu flog: “Nossa, Triste Fim de Roselene e Catarro no mesmo show. FODA!” A banda saiu de Mossoró no Rio Grande do Norte na turnê “Sem Ter Onde Cair Morto” e percorreu parte do nordeste com um crust sujo e visual porra-louca. Ao final do set comprei a camisa da tour (valeu pelo desconto!) e recebi uma edição do Thashit Vol 1 compilação Zine/Cd com Catarro, XReverX e Ternura, a iniciativa do cd foi tão legal que mencionei na minha lista dos melhores cds do ano no
 Portal Rock Press. Alem disso tenho usado uma foto que fiz nesse show nas aulas de fotografia que leciono nos cursos da Estácio de Sá.Recentemente o Catarro fez uma tour pelo Brasil com dois shows no Rio, um deles no Parada Obrigatória em Bangu, logicamente não perdi.
Fazia anos que conhecia a banda, fitas demos e discos de fino bom gosto lhe proporcionaram boas resenhas ao longo de sua história nos mais variados veículos alternativos do Brasil. Coube ao Adelvan me apresentar aos caras da banda. Trocamos idéias sobre vários assuntos e recebi o então ultimo cd da banda. O show foi bem legal, e ainda ouvir um dos musicos levantar uma latinha de cerveja e dizer: “Tá quente, mas não ligo não, eu tomo café quente e não reclamo” Adorei, tanto que eventualmente falo isso.
Outra Banda que só conhecia de nome. Rockassetes embora seja de Sergipe é radicada em SP, não cheguei a ver todo show. Hoje tenho um cd deles que descolei na Freedom (Loja do Silvio da Karne Krua). Embora ainda com publico a ATPN já apresentava espaços vazios, quando formos embora, na volta Adelvan deu carona ao Silvio e esposa.
28/12/2008 – Campo do Brito e Itabaiana
Antes de sair da casa de minha tia para o jogo fiquei conversando com meu primo Testa, um FLAMENGUISTA FLANÁTICO. Ele tem até foto 10X15 emoldurada e pendurada na parede ao lado do jogador Bebeto quando o mesmo foi ídolo do FLAMENGÃO nos anos 80.
Enfim, eles posaram para os fotógrafos e cinegrafistas, foram embora e o jogo começou com uma linda iluminação, mas isso foi por pouco tempo...Atletico de Alagoinhas/BA no Aquecimento!
Logo o jogo começou, e por volta de 15 minutos a iluminação foi por brejo e parte do ESTÁDIO FICA ÀS ESCURAS.
Minutos depois a luz volta e o jogo também, porém logo um novo apagão. Dessa vez com a parte que ficou acessa antes. Não lembro quantas vezes à iluminação foi e voltou, mas alguém teve a idéia de usar cerca de 50% da nova iluminação do estádio e o ainda primeiro tempo seguiu sem problemas. 

O apagão não foi de todo ruim, pois foi engraçado ter o privilégio de ouvir um torcedor ironizar a situação gritando que tinha sido a prefeita da situação que tinha mandando apagar a iluminação. Rsrsrs... 
Sobre o jogo o Itabaiana não foi bem, ainda estava se entrosando e acabou perdendo por 2 X 0. Por acreditar o jogo todo na vitória do tricolor, assisti o jogo dos dois lados do Gramado, pois tinha a esperança de fotografar os gols do Itabaiana, o que não aconteceu. Por outro lado teve um torcedor que me reconheceu do evento na CDL e me pediu para fazer uma foto dele para eu trazer aqui para o Rio, ou as piadas de um dos torcedores que estava atrás do gol no segundo tempo e disse:
ELENCO DO JOGO E BASE DA TEMPORADA 2007!
Eu, Lorena e sua mãe D.Silvia fomos embora e paramos para pastéis com caldo no trailer em frente ao estádio e fui para casa da minha tia (apenas um quarteirão do estádio). Já em frente à casa de minha tia, D.Silvia falou que minha camisa do Itabaiana era antiga e iria lavar a dela para me dar uma mais recente e assim tenho camisas do Itabaiana das temporadas de 1997 e 2006.
29 – 12 -2008 - The Day After...
Passei parte da manhã esperando a entrevista com Roberto Carioca na Rádio Capital do Agreste e aproveitei para ir à uma lan-hause, ver como estavam as coisas no mundo virtual e lembro de dois papos pelo MSN:
1- Silvia, a menina mais bonita de BH, me contou que devido à violência no Rio, a família dela que planejava passar o revellión no Rio tinha desistido.
2- Um amigo perguntava se eu tava pegando muita mulher em Sergipe, e disse que eu tinha que honrar os cariocas, pois no geral quando um carioca chega em qualquer lugar arrebenta. Respondi que até aquele momento só tinha dado uns beijos. O curioso é que enquanto falava com ele, eu também falava com a menina que levei para cama em minha primeira noite de volta ao Rio! Rsrsrs...
Ao meio-dia fui a Rádio Capital do Agreste para a entrevista com Roberto Carioca e lá pude conversar melhor com ele sobre política, futebol, Itabaiana, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,Jornalismo, Orkut e Radialismo. Roberto Carioca disse que conhecia por nomes alguns locutores do Rio, já que muitos programas, em especial jogos de futebol, são transmitidos para o Brasil. Dos locutores que são professores da Estácio de Sá, ele reconheceu Francisco Aielo da Rádio Globo. Roberto Carioca além de esporte também fazia o jornalismo policial e cidade, e me convidou para uma volta pela cidade para apurarmos os fatos itabaianenses. Entramos no carro da rádio e partimos. Primeira parada entrega uma promoção para uma ouvinte premida com de vale-butijão de gás. Gostei daquilo, era uma espécie de periferia de Itabaiana em uma rua sem asfalto, quase sem nome, e algumas casas nem números tinham. Foi até difícil de achar a casa da felizarda.
No carro uma entrevista ou debate com a prefeita da cidade onde a mesma comentava como seria as festas de final de ano na cidade, e também classificou como vergonhosa a inaugurarão da nova iluminação do Estádio do Itabaiana, obviamente que ela é (ou era) oposição aos políticos que “deram a luz” no estádio na noite anterior.
Seguimos para o centro de Itabaiana e paramos na Praça da Matriz. Ele sai do carro por alguns minutos, mas mal saiu do carro voltou e me contou que aquela praça era o centro de Itabaiana, logo o centro de Sergipe.
Naquele momento EU VIAJEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII...
Meu lado místico foi acionado, refletia comigo sobre o fato daquela Pça ter sido o palco do meu primeiro beijo 30 anos antes, tipo:
Por que certas coisas só acontecem comigo?
Por que minha vida parece sempre um filme?
Por que eu sou tão raro assim?
Seguimos até à delegacia da cidade, fazer o ronda policial e lá “conheci” alguns dos procurados pela polícia local pelas fotos fixadas na parede. Estacionados em frente à delegacia, Roberto Carioca faz as chamadas do noticiário policial e esportivo, e após fazer seus comentários sobre o jogo da noite anterior ele me entrevistou. Na entrevista dei meus pontos de vista da partida, falei sobre a comunidade que criei no Orkut para o Itabaiana mesmo morando no Rio de Janeiro e aproveitei para convidar os ouvintes para participar da comunidade.
 Finalizado o papo, fiquei próximo à casa de minha tia e de lá segui para Campo do Brito na esperança de ir com meu primo ao AJU ROCK FEST II. Meu primo acabou desistindo de ir e eu voltei sozinho para Aracaju, para o tão aguardado evento de rock na capital Sergipana, mas isso fica para o próximo capitulo... 
 27/12/2006 - ITABAIANA/SE - Solenidade com a Associação Olímpica Itabaiana, primeiras noites dormidas (ou não) em Itabaiana, Ônibus incendiado...A ficha caiu e pela primeira vez em muito tempo estava num ambiente onde as pessoas tinham FLAMENGÃO, viasco, bostafogo, fluminado, palmedas... como segundo time e não primeiro como é o costume. Naquele local a certeza era quase que unânime, o ITABAIANA ERA O MELHOR TIME DO MUNDO!
Eu, Lorena e o goleiro nos acomodamos à espera do inicio, percebi que iria produzir melhores fotos longe dos assentos e fiquei em pé. O auditório encheu de torcedores, jornalistas, políticos, atletas, ex-atletas e personalidade locais.
O evento teve início e o Presidente fez um balanço da sua gestão, conquistas, finanças... Em certo momento um senhor o interrompe e lembra que ele esqueceu da (então) recente conquista do clube o título da Copa do Governador 2006, passaporte para o time disputar a Copa do Brasil 2007. O senhor era o maior Ídolo da história do time, o craque Justinho.
O Pres. concordou e acrescentou que o time disputou Copa SP de Juniores.
Além da apresentação da nova diretoria, comissão técnica e elenco 2007, uniforme e foi apresentada a novidade do clube. O Site do Itabaiana.
Os criadores foram exibindo o site e explicaram que o mesmo não era só do time, mas sim da história da cidade, e assim descobri que Itabaiana tem a MAIS ANTIGA FILARMONICA DO BRASIL EM ATIVIDADE.
Os webmasters comentaram que graças ao site, itabaianenses que moram em outras cidades e até nos EUA entraram em contato buscando notícias da terra da cebola. E então fui apresentado aos presentes, mais ou menos assim:
Webmaster: “Inclusive gostaria de mencionar que temos a ilustre presença do criador da comunidade do Itabaiana no orkut, ele é carioca e mesmo morando no Rio de Janeiro criou uma comunidade no Orkut para o nosso time”
Havia cerca de 200 pessoas no local, estendi um dos braços fazendo sinalzinho da paz e recebi calorosas palmas, acho que a maior de todo o evento e novamente provocou aquele questionamento nos presentes: Como pode alguém torcer pelo Itabaiana morando no Rio de janeiro?
 
Finalizado o evento, geral foi convidado para o jogo da noite seguinte: ITABAIANA/SE X Atlético de Alagoinhas/BA. Ocasião da inauguração da nova iluminação do estádio. As pessoas já se retirando do local, ou em direção ao coquetel oferecido pelo clube, quando um senhor de no mínimo 60 anos veio lá do fundo em minha direção, me cumprimentou e disse que ao saber que eu era do Rio e torcedor do Itabaiana, tinha sido o motivo das palmas mais fortes que ele bateu no evento. Não teve jogador, site, político ou outra coisa que o fizesse bater palmas mais forte. Um misto de orgulho e felicidade estampava o sorriso daquele senhor. Viver aquilo mexe com o MEU EGO até hoje e compensou as críticas por criar a comunidade no Orkut do Itabaiana, como ser chamado de MALUCO e as raras participações no inicio da comunidade.
 
No coquetel, só usufruir de refrigerantes. Na dúvida é melhor não ariscar e comer um salgado com cara de bolinha de queijo, mas recheado de animais mortos. Conversei com o João Batista do site SE LIGUE meu portal de notícias de Itabaiana no Rio, e com radialistas das principais rádios da cidade, a Princesa da Serra e Capital do Agreste que me convidaram para entrevistas, um deles era Roberto Carioca que tem Carioca como apelido por ser de Nova Iguaçu, ou seja, subúrbio do Rio sempre presente.
Finalizado o coquetel levei Lorena em casa, e ela parecia mais preocupada com a minha segurança do que eu com a dela. Eram por volta das 23 hs, basicamente a cidade dormia, coisa típica do interior, nem barulho de TV ouvia-se e apenas um ou outro barzinho aberto, mesmo assim com poucos clientes. No portão de casa, Lorena ficou inquieta com dois adolescentes correndo na esquina. Eu não tava nem ai! Afinal moro no Rio de Janeiro e não vejo essa violência toda que dizem existir na cidade maravilhosa. Como já contei aqui na série da viagem a Sergipe, se teve uma coisa que fiz em Sergipe foi desmistificar que o Rio é um lugar violento, e confesso que estava conseguindo mostrar que essa violência toda é coisa da mídia (e é mesmo), porém... 
Voltei para casa da minha tia, a principio a idéia era dormir na cidade vizinha de Campo do Brito, mas àquela hora já não havia transporte e optei por Itabaiana depois de quase 20 anos sem dormir na cidade. Tive que acordar minha tia para abrir a porta e da calçada ouvia o som de um rádio meio fora de sintonia tocando música. Fui dormir no sofá, fazia calor e por isso a porta do quintal ficou aberta para ventilar a casa, por conta disso fiquei paranóico de algum bicho tipo escorpião, aranha... Me morder enquanto dormia, mesmo com calor me enrolei ao maximo por medo. O grande barato da noite foi que voltei no tempo rumo aos anos 80 quando minha mãe me levava para Itabaiana e dormia por lá ouvindo o rádio do meu primo Testa a noite toda, sempre meio fora de sintonia. Aquilo provava que alguns sentimentos não mudam com os anos ou com os aparatos tecnológicos. Mas como estava dizendo...
De certo modo conseguia desmistificar a imagem violenta do Rio. Mas foi ai que dormindo e acordando o tempo todo ouvindo naquele rádio fora de sintonia, uma espécie de “O Globo no Ar” local que usava a música “Aries” do Vangelis como tema. Durante as noticias nacionais o Rio de Janeiro era o foco principal: 
“MADRUGADA VIOLENTA NO RIO DE JANEIRO COM ÔNIBUS INCENDIADOS, TROCA DE TIROS...”
Naquela hora bateu uma decepção em ser carioca, pois enquanto estava a 2000 km defendendo a Cidade Maravilhosa, uns manés estragavam meu trabalho, por interesse político. Na época foi comentado que os ataques eram um recado do trafico aos políticos eleitos e que tomariam posse em alguns dias.
E no Proximo capitulo...
NAMASTÊ!
MICHAEL MENESES!