quinta-feira, outubro 31, 2013

Eu voltarei...

...Voltarei mesmo!
Aguardem!!!

Namastê!
Michael Meneses! - @Parayba Records

terça-feira, abril 13, 2010

"O Coisinha Tão Bonitinha Do Pai... Parte - 2"

Não demorou muito...
...e meu pai foi trabalhar em empresas do interior, depois de alguns meses morando nos bairros do Sto. Antonio e na praia 13 de Julho compramos uma casa no Conj. Sta Tereza.

Em 1983...
Meus pais resolveram reformar a casa e alugamos outra na mesma rua. Nesse período o Brasil vivia o auge das demissões e meu pai foi demitido outra vez. Meu pai foi trabalhar como garçom em restaurantes da antiga orla de Aracaju e num barzinho do bairro. Teoricamente tais ambientes não eram boas opções de trabalho para ele, pois o meu pai foi alcoólatra durante anos, mesmo assim ele foi garçom até 1987 quando voltou ao Rio de Janeiro, e passou a trabalhar como porteiro de prédio, frentista de posto de gasolina e por último em deposito de bebidas.

No inicio de 1987 a obra da casa foi finalizada e em Março/1987 ele me viu ouvindo rock pela primeira vez, era algum som do Slayer, do álbum Show no Mercy, ou do Iron Maiden do disco Powerslave, sei disso, pois uma BASF60m era o única K7 que tinha de rock na época. Meu pai opinou sobre o som: “Que mau gosto!” Nunca me impediu que ouvisse rock ou foi contrário às minhas atitudes rocks, salvo quando cortei o cabelo punk em jul/1987, com ele já morando no Rio e recebeu a noticia por tel.

1987 - Skate, Rock and Roll e Liberdade...
Os adultos sempre colocaram em minha cabeça que um pai é sempre mais rude que uma mãe, e isso me causava medo, contudo meu pai só me deu duas surras: ambas nos anos 80. Uma por ter secado o pneu do carro do vizinho e outra por levar minha bicicleta dentro de um ônibus de um bairro a outro de Aracaju (do Sta. Tereza ao Sto. Antonio) deixando geral preocupado. Essas poucas palmadas me ajudaram a desmistificar o pensamento, porém nunca fez com que não tivesse respeito por ele.

Em meados de 1987 meu pai voltou ao Rio, tal retorno me fez acreditar que naquele momento eu poderia ser livre e fazer tudo o que o tal medo não me deixava fazer com ele por perto. Nunca quis ser “Mais do Mesmo” e isso sempre me colocou em uma posição de ser o “Do Contra” o que me torna um alvo para criticas em especial na Aracaju dos anos 80. Meus amigos não faltavam uma noite de Axé-dançante (que nojo) no Centro Social do Sta. Tereza, mas eu era do rock, meus amigos não perdiam uma pelada de futebol pelas ruas do bairro, mas mesmo que eventualmente jogasse uma bola, eu era do skate, isso numa época que o esporte estava começando a conquistar espaço em Sergipe e fazer minha família sergipana entender o skate não foi algo fácil, demorou, mas até convenci minha mãe a me comprar um skate novo, contudo fazer minha mãe e toda família relevar minha rebeldia rock and roll, as primeiras idéias anarquistas, o meu cabelo moicano, foi/é algo que ainda não consegui, apenas amenizei com o tempo, diferente do meu pai que sempre foi mais compreensivo.
Por fim com meu pai no RJ a cada merda ou não merda que eu fazia era um telefonema Aracaju X Rio (a Telegipe agradecia), afinal meu pai sempre ficava ciente das coisas que eu aprontava em Sergipe. Essa foi a forma que minha mãe encontrou pra me frear, pois mesmo há 2000km tinha o tal medo.

Em 1990 pedi para minha mãe para ir com os amigos do rock sergipano a Maceió assistir um festival underground local. Depois de muito barulho minha mãe ligou para meu pai que autorizou a viagem alegando que já estava grandinho pra viajar sozinho. Aliás, o show acabou cancelado e aconteceria no dia do meu aniversario de 16 anos. Dois meses depois a banda carioca Dorsal Atlântica foi tocar em Recife, eu “quase” que certo que minha mãe deixaria ir ao show comprei a passagem. Minha surpresa foi que ao tomar conhecimento da passagem minha mãe não me deixou ir, um novo telefonema resolveu tudo. Dessa vez o show aconteceu e passei um final de semana em Recife onde a Rodoviária foi a minha cama (à poucos metros dos mendigos), visitei o aeroporto sexta à noite, fui às lojas de discos de rock na manhã de sábado, a Praia de Boa Viagem foi só um rolé sem banho, já que tive febre na tarde de sábado, papei com e/ou sobre a cena rock nordestina e local (Pré-Mangue-Beat) e inclusive conversei com o músico Canibal que ficou conhecido pela banda Devotos (ou Devotos do Ódio), que naquele final de Set/90 ainda começava suas atividade e finalizando, migalhas de pães e um suco de maracujá pago pelo amigo Joãozinho foram as únicas alimentações nas minhas últimas 24hs em Pernambuco. Enquanto que minha mãe acreditava que eu estava hospedado na casa de um amigo sergipano cujo pai tinha recebido promoção do Banco do Brasil e foi para Recife, na época trabalhar no Banco do Brasil ou na Petrobras era um bom status.

Overdose...
Em 29 de dezembro de 1990 saí de Aracaju rumo ao Rock in Rio, com grande expectativa de não voltar a Sergipe. Queria o rock que só o Rio tinha a oferecer. Assim que cheguei ao RJ rumei pra Mal. Hermes num ônibus da linha 624 e já fui perguntando ao meu pai se o Maracanã era longe de Marechal, e ao saber o motivo da pergunta, e que já estava com ingresso para o Rock In Rio II, meu pai ficou preocupado, mas depois de uns dias caiu na real e assim se deu no dia 23/1/1991 o festival e voltei sem maiores problemas, porém, nem tudo naquela noite foram “Rosas”, também tiveram as “Armas”. O fato é que cheguei às 6:15 da manhã em casa e minutos antes da edição das 6:00 do informe O Globo no AR da Globo AM havia noticiado que um jovem de 16 anos que esteve “Na Noite de Heavy Metal do Rock in Rio 2” foi internado com overdose num hospital do Rio. O fato é que meu pai não sabia o que era overdose e já separava roupas para ir me reconhecer com overdose, só quando cheguei carretão é que ele foi saber o que era uma overdose.

Nessa época meu pai estava bebendo muito e num espaço muito curto de tempo várias pessoas morreram por conta de excessos com bebidas no bairro, o que fez com que alguns comentassem que já estavam apostando que meu pai seria o próximo da fila. Porém, o tempo passou e isso não aconteceu e o que foi visto foi que alguns dos apostadores furaram a fila.

Por volta do carnaval de 1991 comecei a trabalhar com meu pai no antigo depósito de bebidas do meu tio, raramente ele bebia lá, mas bebia constantemente durante o expediente nos bares onde entregávamos bebidas.

De tempos em tempos, meu pai ficava sem trabalhar, era um castigo por beber e também para se desintoxicar. Os primeiros dias era um terror com meu pai delirando, vendo cois e conversando com os delírios, eu ficava mal com o que presenciava, e que não era a primeira vez...
Em 1985, em Aracaju, meu pai sofreu um acidente e por conta de um antibiótico muito forte que lhe foi receitado, jurou que uma mulher foi a casa na época com a obra em atraso comunicar que minha mãe havia falecido. Ele só lembrava da mulher trajando vermelho, mas não do rosto dela. Os vizinhos contaram que meu pai amanheceu chorando feito criança na calçada de casa, onde ele estava morando por conta da obra, enquanto eu, minha mãe e minha irmã estávamos na casa da minha vó. Meu pai avisou aos vizinhos, no trabalho e foi para casa da minha vó com uns amigos, enquanto os vizinhos e amigos já se arrumavam para o enterro da minha mãe. Quando meu pai chegou de táxi gritando com minha mãe que dava mamadeira pra minha irmã, ninguém entendeu até que o taxista explicou o que estava acontecendo.

No ano de 1995 meu pai parou de beber e só em poucas ocasiões teve alguma recaída, mas nada comparado aos anos anteriores. O fato é que meu pai já não aquentava beber, o corpo já não agüentava qualquer dose de pinga.

A História Continua...

Namastê!
Michael Meneses! - Parayba Records!

terça-feira, março 30, 2010

"O Coisinha Tão Bonitinha Do Pai..."

Em praticamente 20 anos envolvido com trabalhos ligados à comunicação eu já fotografei e escrevi  sobre algumas das minhas bandas de rock favoritas, nacionais e internacionais. Entrevistei os jogadores da Copa de 70, Jairzinho Furacão e Dada Maravilha, fotografei Xuxa, Romário, Ronaldinho, Seleção Brasileira de Vôlei, times de futebol, personalidades do jornalismo, da publicidade, da política, da cultura e do que eu chamo de anti-cultura brasileira (Mulher Maçã). Enfim, figuras que ao longo da minha vida me influenciaram no que poderia ser ou não ser!
Contudo, o post que segue é sobre a maior dessas influencias, ou seja, o meu pai, Severino dos Ramos Meneses, que estaria completando hoje 62 anos, mas que faleceu há exato um ano e quatro meses, em 30/11/2008.
Esse post era para ter sido publicado no dia que ele faleceu, mas o fato é que na ocasião resolvi me poupar, e depois os dias foram passando e por vários motivos tive que adiar a publicação deste, embora muito do conteúdo do texto que segue já vem sendo escrito a mais de um ano.
A continuação dessa história já está escrita e sua finalização fica pronta em alguns dias quando espero publicar tudo.
Comentários são bem vindos, mas, e se for comentar não o faça apenas para fazer média.

O inicio...
No ano de 1948, na beira de rio em João Pessoa/PB, minha avô lavava roupas quando um dos seus filhos em tom assustado dizia:“Manmãn Til”, “Manmãn Til”… Minha vô sem entender o que acontecia olhou para o lado e viu o que se passava. Era meu pai, na época com apenas alguns meses de vida, ainda nem andava, mas já ficava sentado e tinha se desequilibrado caindo com o rosto no rio e se afogava. Tal fato rendeu ao meu pai o eterno apelido de “Til”! Poucos os chamavam de Severino e só alguns, em especial em Sergipe, o chamavam de MeneSes. (Meneses com “S”).

Mais ou menos oito anos depois meus avôs, e seus 8 filhos (incluindo meu pai), vieram morar no Rio. Pelo o que ouvir dizer a viagem entre João Pessoa e Rio durou 8 dias de ônibus e têm gente que reclama das estradas ruins ou do atraso num vôo!

No inicio residiam na Nova Brasília, no Complexo do Alemão, e logo todos trabalhavam, meu pai foi engraxate e ajudante de marceneiro, até ir ao exército em 1967. Mudara-se para o bairro de Marechal Hermes onde alguns ainda moram. Mal. Hermes era um “grande pasto”, em meio a prédios históricos como o Hosp. Carlos Chagas, Teatro Armando Gonzaga e as Escolas Santos Dumont e Evangelina, mas não existiam tantas casas como hoje.

Pouco tempo depois, mas já na ditadura militar, meu pai voltava do trabalho fazendo a mesma rotina que acontecia desde que chegou ao bairro (mais ou menos um mês), ou seja, desceu na estação de trem e caminhou em linha reta cruzando esse “grande pasto” até os fundos da casa dos meus avós. O que meu pai não sabia era qual parte do “pasto” era público ou militar, o que era terreno baldio ou o que era quartel, para ele tudo deveria ser Brasil, enquanto para os milicos o Brasil era todo a área de segurança nacional.

Numa dessas meu pai foi rendido e levado para interrogatório. Nada longo como foi com outros “companheiros”, mas o suficiente para os “heróis” do quartel local (DCI) mostrarem serviço para eles mesmo.
Hoje gostaria de pesquisar os arquivos da DCI e saber o que foi produzido de relatórios aquela noite, mas a Ditadura do Brasil ainda não acabou e a censura aos arquivos existe diferente de alguns paises onde qualquer pessoa do mundo pode pesquisar sobre a ditadura local, como no Paraguai.
Meu pai contou que mesmo com documentos em dia e estando perto de casa, não evitou que os “heróis” fizessem as mesmas perguntas por horas e em salas diferentes. Ninguém não entendia porque meu pai cortava caminho pelo quartel. Ressalto que não tinha identificação de que o “pasto” era área militar.

Acho que nessa época meu pai já trabalhava na Papelaria Casa Mattos, no Centro/RJ, loja que literalmente influenciou diretamente minha existência, já que vários dos meus parentes trabalharam lá. O último foi meu primo Wagner. Porém, a pessoa mais importante além do meu pai foi minha mãe que foi trabalhar na Casa Mattos e conheceu meu pai. Por conta disso quando eu voltei ao Rio em 1991 queria trabalhar na Casa Mattos, só que a empresa já não estava forte como antes e as pessoas que poderiam me empregar já não era da “casa”, e não dei continuidade a essa influente tradição familiar!

Gingando por fora...
Num período entre os anos 60 e 70, meu pai foi professor de Capoeira em uma academia, e se estou certo se situava no bairro de Cavalcante na Zona Norte do Rio. A academia se chamava “Filhos de Itapoã” e era sociedade com seu grande amigo e também meu padrinho Valdemar. Esse grupo de capoeiristas chegou a fazer história no Rio de Janeiro tendo como alguns dos principais momentos, matérias para a lendária Revista O Cruzeiro e exibição em festa na casa do ator Paulo Gracindo.

A academia acabou restando o sonho do meu pai e do meu padrinho de que eu e o filho do meu padrinho um dia reabríssemos essa academia. Porém, nem eu e nem o meu primo nos tornamos mestres em capoeira, embora tanto eu como meu primo tenhamos treinado capoeira em algum período das nossas vidas.
Os anos foram passando, e em algum dia dos anos de 1980 meu pai recebeu a noticia que o meu padrinho havia falecido. Lembro do meu pai indo ao velório/enterro usando um óculos escuro típico do final dos anos 70 e início dos anos 80 na companhia da minha mãe, enquanto eu fiquei com a minha avó (materna) e de uma tia no bairro da Vila da Penha/RJ.

Os anos 80...
Depois da Casa Mattos meu pai trabalhou na Castrol do Brasil, no bairro de Inhaúma também no Complexo do Alemão. Já minha mãe trabalhou na Loja Mesbla do Passeio (onde hoje é as Lojas Americanas) e só saiu alguns dias antes do meu nascimento em 1974.

Segundo meu pai, a Castrol do Brasil foi o melhor emprego dele e foi lá que ele viu de perto uma das figuras políticas mais importantes do mundo, o Príncipe Charles! Sim, o Príncipe Charles já entrou no Complexo do Alemão* em visita a empresa em 1978, antes de casar com Lady Di.
Meu pai contou que todos na Castrol foram treinados a não fazer nada além do que foram orientados, mesmo assim no momento em que o príncipe entrava no carro para se retirar da Castrol, e com todos os funcionários enfileirados lado à lado, um dos que trabalhava lá que se encontrava perto do carro do príncipe resolveu mostrar toda a hospitalidade brasileira ou toda gentileza carioca e foi abrir a porta do carro para o príncipe. Os seguranças do príncipe mostraram toda técnica inglesa de descrição na hora de aplicar uma cotovelada. Foi uma pancada tão discreta que o colega do meu pai nem gritou de dor, afinal sua dor também foi discreta. Apenas meu pai e algumas pessoas próximas ao carro notaram a porrada.

Meses depois meu pai foi despedido da Castrol, morávamos em Vicente de Carvalho (zona norte/RJ) e minha a vó materna passava férias aqui no Rio o que facilitava o contato com a família sergipana, surgiu proposta de emprego e de casa por lá.
Mudamos para Sergipe em 11/10/80 e ao partimos da Rodoviária Novo Rio meu pai discretamente derramava algumas lágrimas. Perguntei se ele chorava, ele disse que não. A viagem durou 32 horas e na tarde de 12/10/1980 chegamos a Aracaju e ao inicio de uma nova história. No mesmo dia conhecemos Cíntia Carla a nova afilhada dos meus pais!

* por conta disso aquele lugar deveria se chamar Complexo do Inglês!

A História Continua...

Namastê
Michael Meneses! - Parayba Records!

quarta-feira, outubro 14, 2009

“Dias de Luta”

Existem dias cheios de coincidências na vida das pessoas, no meu caso alguns são sinônimos de fatos marcantes na minha vida. Dias como 12, 13, 29 e 30, não importa o mês, mas estão ligados a fatos extraordinários, loucos ou simplesmente a algo que muitos diriam impossível simplesmente ACONTECE nessas datas. Pois bem, vejamos alguns:

29 – 29/07/1974 – Dia que eu nasci
----- 29/08/1990 – Briga feia com minha mãe para que eu cortasse meu cabelo e parasse com essa coisa de ser um “roqueiro-cabeludo” (Roqueiro, sic)
----- 29/09/1990 – Viagem, Aracaju X Recife para ir ao show da Dorsal Atlântica, banda carioca liderada por Carlos Lopes*. Na época, Lopes era meu ídolo do Rock Brasil, hoje já não é ídolo e sim um amigo o que é bem melhor.
----- 29/12/1990 – Viagem Aracaju X Rio de Janeiro rumo ao Rock in Rio II*


30 – 30/03/1948 – Nascimento do meu pai
----- 30/11/2003 – Início do meu 1º namoro após o fim do meu casamento.
----- 30/11/2008 – Falecimento do meu pai (Esse post está sendo escrito).

12 – 12/10/1980 – Começo a morar em Aracaju/SE
----- 12/10/2003 – Última grande briga com minha ex-esposa


13 – 13/10/1980 – 1º dia de aula em Aracaju e ÚNICO dia no Educandário Branca de Neve.
----- 13/10/2003 – Deixei minha ex-esposa na Rodoviária Novo Rio e volto a pé para minha ex-casa no bairro de Campo Grande percorrendo 42 km da AV.Brasil em 8 horas. A caminhada se tornou a maior terapia da minha vida e até hoje provoca espanto, admiração e sorrisos na fuça de um monte de gente.


13 – 13/10/2009 – Defesa de Monografia


Coincidência ou não, a data acima calhou de ser o dia da defesa da minha monografia, não foi algo programado, apenas aconteceu e somente horas antes associei as datas. Mas vamos à defesa...

Minha monografia teve como tema o estilo jornalístico da ‘Rock Press’. Já tinha em mente os professores da minha banca de avaliação e ambos já tinham topado, mas infelizmente eles não puderam participar por indisponibilidade de tempo e tive que convidar outros dois. Um é fotografo e hoje já não é tão ligado a rock como já foi nos anos 80 e 90, porém ainda escuta um rockzinho amigo. O outro é simplesmente a LENDA VIVA DO ROCK ENTRE OS PROFESSORES. Ele sabe tudo, dos primórdios do rock nos anos 50 até as novidades do atual rock carioca, afinal, mesmo estando perto de completar 60 anos é um EXEMPLO VIVO de que não se deve acreditar que o ROCK ACABOU COM O FIM DO LED ZEPPELIN. Tal professor freqüenta até hoje o Bar Heavy Duty, um tradicional point na Rua Ceará, quase vizinho do Garage e não muito longe do acesso à Vila Mimosa.

Mesmo usando o “Plano B” para compor a banca, algo acabou sendo satisfatório: um dos professores do “Plano A” fez questão de presenciar o momento em que a banca fez a avaliação da minha pesquisa e chegou ao denominador comum, ou seja, minha nota. Parecia que aquele momento tinha um peso tão importante para alguns professores quanto para mim.

Acreditava que a apresentação da monografia seria moleza, que o difícil seria a PORRA DO DESENSENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS TEÓRICOS. Mas “ENFIM” essa minha crença foi uma doce ilusão e eu fiquei bem nervoso na apresentação, em especial com a presença de um professor que se ofereceu para acompanhar, mas que até foi útil. PORÉM, mesmo com minha timidez e até sofrendo uma pequena dor de barriga minutos antes da apresentação fui muito seguro em meus argumentos quando questionado pela banca.

Um prof. questionou como AUSÊNCIA INCONTESTÁVEL o fato de não haver citações ao ENORME DJ “BIG BOY” (Para o “BIG” toda redundância é pouca).
Respondi que na primeira versão da mono existiu um capítulo inteiro sobre a irreverência do rock nas rádios do Brasil e tanto o GIGANTE “BIG BOY”, a Fluminense-FM e até mesmo a Rádio Cidade tiveram espaço no capítulo deletado (já existiu inteligencia na Rádio Cidade. “Ô Rádio Cidade, volte a ser Dance”!) A cobrança do Prof. mostrou que eu estava certo na primeira mono.

Finalizada a apresentação e questionamentos, sai de sala e vieram os minutos intermináveis de espera. Aguardei no corredor enquanto era avaliado. Andei de um lado por outro do corredor, até ser chamado para o veredicto:
“ A banca Classificou o trabalho como oportuno e bla, bla, bla...”
Nota:
8,5
Rio de Janeiro – 13 de Outubro de 2009

Da onde nasci até onde mais vivi!

Apresentada a nota, não saí soltando fogos, chutando baldes, dando a bunda pra geral. Não saí abraçando e tirando fotos com professores, foram os mestres é que vieram me cumprimentar e espalhar a noticia pelo campus: “Esse é o nosso mais novo formando, rsrs...” também não saí enchendo a cara. Contudo, almoçei no rodízio de pizza, pois me sentia LITERALMENTE LEVE.
Uma coisa já tinha decidido: no dia da defesa da monografia voltaria pra casa a pé, o que não sabia é que seria num dia 13 e muito menos que estaria no bairro de Irajá onde nasci.
Fui a Irajá tomar açaí com uma “Paulistana de Aracaju” e ao lembra da caminhada pensei: “Caramba, vou voltar pra casa caminhando do bairro que nasci até o bairro onde mais vivi, e o curioso justamente no dia que se completou seis anos que caminhei 42 km na Av. Brasil”.


Saí de Irajá pouco antes das 22 hs e cheguei em Marechal Hermes às 23:20 hs. Andei por algumas das principiais ruas e avenidas da Zona Norte, o tempo total foi de 1h 25 minutos, e assim comemorei minha conclusão de monografia. E o que faz essa comemoração especial? SIMPLES, a certeza que continuarei buscando o diferencial que me faz ser quem gosto de ser. Sei que as pessoas me vem como um chato, radical, teimoso e um paraÍba (nesse caso com a letra I). Mas na verdade tento ser apenas um persistente, engraçado, autentico...

* Hoje qualquer “dimenor” faz viagem interestadual sem stress, mas até o inicio dos anos 90 menores de 18 anos só viajava com autorização dos pais junto ao juizado de menores.

Em Tempo: Próxima semana tem post sobre a viagem a Aracaju/SE em 2006/07. Estou perto de finalizar toda a história.

Trilha sonora do post: Irá! "Dias de Luta"

Só depois de muito tempo
Fui entender aquele homem
Eu queria ouvir muito
Mas ele me disse pouco...

Quando se sabe ouvir
Não precisam muitas palavras
Muito tempo eu levei
Prá entender que nada sei
Que nada sei!...

Só depois de muito tempo
Comecei a entender
Como será meu futuro
Como será o seu...

Se meu filho nem nasceu
Eu ainda sou o filho
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?
Cantar depois!...

Se sou eu ainda jovem
Passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?...

Só depois de muito tempo
Comecei a refletir
Nos meus dias de paz
Nos meus dias de luta...

Se sou eu ainda jovem
Passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?...(2x)

Cantar depois!...

Namastê
Michael “mais Gonzo ainda” Meneses!

sexta-feira, novembro 28, 2008

Diário de Viagem de um Parayba – Parte 10

29 – 12 -2006 – Finalmente um festival de rock sergipano!
Fim de tarde em Itabaiana. Tomei o rumo de Aracaju, empolgado pelo AJU ROCK FEST 2 da noite que estava chegando. Seria o primeiro festival de rock em Sergipe 16 anos após ver os brasilienses BSB-H (Banda crossover dos anos 80/90) no Rock In Bica 3 que aconteceu no Festival de Artes de São Cristóvão/SE (3ª cidade mais antiga do Brasil) em 22/12/1990 e dias antes de voltar para o Rio. O fato de saber do AJU ROCK FEST quase um mês antes de ter a certeza de ir a Aracaju, colocou o evento em minha programação e estava bastante eufórico pela noite. Era um encontro tipo: “Criador (Cena Rock Sergipana) e Criatura (Eu)”!
A Cena Rock Sergipana Cresceu!
O Rock in Bica marcou, por ter sido meu último encontro com boa parte da cena Rock Sergipana, pois passado o show do BSB-H tive pouco contato com a cena e em menos de uma semana estava partindo em busca de um sonho chamado Rock in Rio 2. A idéia inicial era só o festival, mas sempre existiu o desejo em voltar a morar em minha cidade natal, o que acabou acontecendo.

Cheguei a Aracaju no início da noite desci do ônibus perto da Rádio/TV Aperipe (filiada a TV Cultura). Fui caminhado pela AV. Rio de Janeiro até a casa da minha tia, faltando umas 3 quadras para chegar tropecei num barbante e cai bonito, aliás bonito não, cai feio, fui catando cavaco e aranhei perfeitamente os joelhos, proporcionando um belo estrago. Tomei banho, fiz curativo nos joelhos e fui ao encontro do Adelvan no mesmo Bat-Ponto-de-Encontro e seguimos ao AJU ROCK FEST. No carro havia um outro rapaz indo ao show.


Se na virada das décadas de 80/90 um show com bandas locais em Aracaju lotasse um ônibus como disse com orgulho o meu falecido amigo José Mateus (o popular Bruxo), seria considerado casa cheia, agora a coisa estava no mínimo quadruplicada se comparadas àqueles tempos. Outra coisa que despertou minha atenção e até comentei com Silvio Campos, vocalista da Karne Krua, foi que antes dava para contar nos dedos as garotas atuantes no rock sergipano, agora o numero de garotas era bem maior.

O evento aconteceu na ATPN um clube localizado em frente à Praia de Atalaia e ao lado do SESC onde fiz natação e freqüentava a piscina nos anos 80. O evento já rolava e umas 4 bandas tinham tocado, pelo que lembro o Rotten Horror encerrava seu show quando cheguei. Hoje tenho contato com a banda pela rede. A ATPN era espaçosa e o público se dividia em variados estilos, só lamentei que não tivesse um representante heavy e/ou que o público presente não representasse diretamente o estilo, mas isso é o meu ponto de vista, que é a visão de quem defende a união de todos os ritmos do rock.

Triste Fim de Rosilene
A primeira banda que vi foi a Triste Fim de Rosilene, já conhecia de nome, mas não sabia que era de Sergipe, qual era o estilo e muito menos que a banda tinha uma mulher no vocal, achei seu show/som surpreendente.





Reencontrando um velho amigo - Fúria!
Entre um show e outro ficava perto do stand de cds do Silvio Campos ou degustando os hambúrgueres de soja do Stand do pessoal da Triste Fim de Rosilene. Em certo momento enquanto conversava com Adelvan vi uma figura de rosto familiar passar por mim, foi ai que o Adelvan comentou: “Você conheceu o Fúria, olha ele ai”?! Fui atrás do Fúria, bastou um tapinha em seu ombro para ele olhar para trás e me reconhecer na hora:

Fúria - “Michael onde tu tava esse tempo todo!!??”
Eu – “Estou morando no Rio desde 1991”
Fúria – E como eu não te achei lá!??”


Conheci Fúria no final dos anos 80, era e ainda é um sujeito engajado com o anarquismo, rock, poesia e artes em geral, dizia que nunca trabalharia para não beneficiar o capitalismo dos patrões, porem agora trabalhava num dos espaços mais legais de Aracaju, a livraria Poeysi. Lá aconteciam shows alternativos, venda de livros, HQs, cds, vinis e material artístico sergipano... Enfim um lugar tudo a ver com ele. Nota: Infelizmente em meados de 2008 a Poyesi fechou as portas, uma pena, o local era show de bola, alias de cultura.

Fúria contou que morou um tempo em Nova Campina (Duque de Caxias/RJ), encheu a boca ao perguntar se eu tinha ido ao show do Napalm Death(2004). Afirmei, e ele indagou como não me viu. Até eu me perguntei! Seria fácil ter me visto, pois fotografei o show da beira do palco e em outros momentos sentado no palco de cara para o Barney(Vocal). Também tínhamos amigos em comum e embora eu nunca tendo ido, várias bandas de amigos meus tocavam direto em Nova Campina. Realmente não sei como não nos encontramos aqui no Rio.Fúria me apresentou sua então namorada e hoje ex-namorada, com certo orgulho de me apresentar como alguém que de certa forma viveu o início da consolidação da cena rock Sergipana no final dos anos 80 inicio dos 90.

Catarro(RN)
Dias antes do AJU ROCK FEST, o Athos Moura baixista do Ataque Periférico(RJ), comentou em meu flog: “Nossa, Triste Fim de Roselene e Catarro no mesmo show. FODA!” A banda saiu de Mossoró no Rio Grande do Norte na turnê “Sem Ter Onde Cair Morto” e percorreu parte do nordeste com um crust sujo e visual porra-louca. Ao final do set comprei a camisa da tour (valeu pelo desconto!) e recebi uma edição do Thashit Vol 1 compilação Zine/Cd com Catarro, XReverX e Ternura, a iniciativa do cd foi tão legal que mencionei na minha lista dos melhores cds do ano no Portal Rock Press. Alem disso tenho usado uma foto que fiz nesse show nas aulas de fotografia que leciono nos cursos da Estácio de Sá.Recentemente o Catarro fez uma tour pelo Brasil com dois shows no Rio, um deles no Parada Obrigatória em Bangu, logicamente não perdi.


Perdeu a Língua!
Das bandas que conheci no AJU ROCK FEST uma posso dizer ADOREI!! Essa foi o Perdeu a Língua. Ela honra seu o nome, por não ter vocalista, ou seja, é uma banda de rock instrumental para muito bacana. Recebeu meu voto de revelação do ano na minha seleção de melhores de 2007 na Rock Press.

Band of a Friend
Essa é mais uma banda com Babalu na bateria, músico que só nessa noite já havia tocado no Perdeu a Língua!, Triste Fim de Rosilene, na época ainda tocava na Karne Krua. Das bandas que vi no festival essa foi a que menos gostei, a banda não é ruim, só achei melódica demais para o meu gosto.

Snooze
Fazia anos que conhecia a banda, fitas demos e discos de fino bom gosto lhe proporcionaram boas resenhas ao longo de sua história nos mais variados veículos alternativos do Brasil. Coube ao Adelvan me apresentar aos caras da banda. Trocamos idéias sobre vários assuntos e recebi o então ultimo cd da banda. O show foi bem legal, e ainda ouvir um dos musicos levantar uma latinha de cerveja e dizer: “Tá quente, mas não ligo não, eu tomo café quente e não reclamo” Adorei, tanto que eventualmente falo isso.

Rockassetes
Outra Banda que só conhecia de nome. Rockassetes embora seja de Sergipe é radicada em SP, não cheguei a ver todo show. Hoje tenho um cd deles que descolei na Freedom (Loja do Silvio da Karne Krua). Embora ainda com publico a ATPN já apresentava espaços vazios, quando formos embora, na volta Adelvan deu carona ao Silvio e esposa.

Contatos
Nos anos 80 a FM Atalaia(SE) tinha um programa mela-cueca nas tardes de sábados onde ouvintes enviavam poesias para serem recitadas no AR. Por conta da ultima atividade do dia optei pelo titulo do programa nesse sub-titulo.

Ao chegar já de madrugada em casa entrei no MSN e recebi uma solicitação de adição no MSN. Reconheci o e-mail, mas não lembrava de quem era. Aceitei, ela se apresentou e GELEI com a descoberta... Para saber o antes e depois da historia leia: MULHERES À LA CARTE!

Aos que não querem saber da historia vou resumir. Quem acompanha os causos reais aqui no blog desde seu início(final de 2003) lembrar de uma fase em que amei, sofri, e passado o sofrimento veio o medo. Medo que durou bom tempo, sendo mais exato, só superado no último 15/10, exatos três anos e oito meses após do fim do namoro em 15/2/2004. A solicitação de MSN foi feita pelo relacionamento em questão. O resto da história ta no link acima.

NAMASTÊ
MICHAEL MENESES!

domingo, setembro 21, 2008

Diário de Viagem de um Parayba – Parte 9

28/12/2008 – Campo do Brito e Itabaiana


Pela manhã fui a Campo do Brito e voltei à Itabaiana às 15 hs. Tinha combinado com Lorena de fazer umas fotos da Vila Olímpica, marquei com ela na por volta das 16 horas, esperei um bom tempo, estava maior sol e ela não apareceu, depois me alegou que tava “naqueles dias” e não se sentia bem.

O jogo do ano...
A última vez que vi o Itabaiana jogar foi na final do campeonato sergipano de 1985 em jogo contra o Sergipe no Estádio do Batistão em Aracaju, o titulo ficou com o time rubro e o tricolor da serra amargou 15 anos sem caneco. Ao resolver passar férias em Sergipe, algumas coisas estavam certas e na medida do possível iria fazê-las, uma delas era assistir um jogo do Itabaiana. Para isso bastava ter um, algo meio difícil de acontecer, pois estávamos praticamente no final do ano. Por sorte um, amistoso aconteceu e lá fui ver o Itabaiana jogar.

Antes de sair da casa de minha tia para o jogo fiquei conversando com meu primo Testa, um FLAMENGUISTA FLANÁTICO. Ele tem até foto 10X15 emoldurada e pendurada na parede ao lado do jogador Bebeto quando o mesmo foi ídolo do FLAMENGÃO nos anos 80.

Na noite anterior durante o coquetel, foi sugerido que assistíssemos ao jogo nas cadeiras-especiais, seria até melhor para as fotos, porém ninguém ficou. Geral foi para a arquibancada. Acabei comprando ingresso de especial que custava 10 Reais, paguei com uma nota de 50 Reais e esqueci o troco, todavia o bilheteiro me gritou e voltei para buscar meu troco. VALEU BILHETEIRO, VOCÊ É A PROVA QUE EXISTE VIDA HONESTA EM ITABAIANA!
Preliminar: Botafogo/SE X Mastres do Itabaiana





Entrei no setor das cadeiras-especiais e o craque Justinho que conversava com outro senhor sobre a capacidade do estádio do Itabaiana e veio falar comigo, fiquei até lisonjeado com o momento e me perguntou:
“Meu filho como é essa historia de você morar no Rio e torcer pelo Itabaiana?”

Respondi o de sempre falando que era filho de sergipana e tal, em seguida ele me perguntou uma coisa que não tive resposta convincente, mesmo porque essa RESPOSTA NÃO EXISTE:

“Meu filho me responde uma coisa, como é que o Flamengo com aquela torcida toda não ter um estádio?”

Recebi passe livre para fazer as fotos no gramado e com isso fotografei um jogo de futebol pela primeira vez na vida.




Porém, o jogo só começaria depois que o então e hoje ex-governador João Alves (aquele que nomeou a ponte ZÉ PEIXE com o próprio nome) chega-se ao estádio e inaugurasse ao lado do ex-prefeito o novo sistema de iluminação do Estádio, que incluíram novos refletores, placares eletrônicos e novas cabines de radio, mas ambos demoraram a chegar ao estádio.

Toda espera tem seu fim. Os políticos chegaram e sem demora puxaram as fitas e as luzes foram inauguradas. Os ex-políticos desceram a escada das especiais para posar para as fotos e nessa hora, o governador meio que se apoiou em meu ombro para descer as escadas. EU JURO QUE A PRIMEIRA COISA QUE PENSEI FOI PUXAR O MEU OMBRO E COM ISSO FAZER O GOVERNADOR CAIR! Se tivesse feito isso e se o governador não se machucasse feio e nem ter feito ninguém se machucar, teria MAIS UMA DESSAS HISTÓRIAS, LINDAS E ÚNICAS PARA CONTAR! Tipo:
“SE FODE AÍ! - O DIA QUE MICHAEL MENESES DERRUBOU O GOVERNADOR DE SERGIPE!”
Enfim, eles posaram para os fotógrafos e cinegrafistas, foram embora e o jogo começou com uma linda iluminação, mas isso foi por pouco tempo...

Política em Sergipe é como nos EUA, só existem dois lados Oposição X Situação, e O RESTO NÃO CONTA! Sendo assim os eleitores presentes no estádio ou eram favoráveis aos políticos que estiveram presentes ou radicalmente contra a eles.



Atletico de Alagoinhas/BA no Aquecimento!

Logo o jogo começou, e por volta de 15 minutos a iluminação foi por brejo e parte do ESTÁDIO FICA ÀS ESCURAS.
Minutos depois a luz volta e o jogo também, porém logo um novo apagão. Dessa vez com a parte que ficou acessa antes. Não lembro quantas vezes à iluminação foi e voltou, mas alguém teve a idéia de usar cerca de 50% da nova iluminação do estádio e o ainda primeiro tempo seguiu sem problemas.


O apagão não foi de todo ruim, pois foi engraçado ter o privilégio de ouvir um torcedor ironizar a situação gritando que tinha sido a prefeita da situação que tinha mandando apagar a iluminação. Rsrsrs...

Itabaiana no Ataque!
Sobre o jogo o Itabaiana não foi bem, ainda estava se entrosando e acabou perdendo por 2 X 0. Por acreditar o jogo todo na vitória do tricolor, assisti o jogo dos dois lados do Gramado, pois tinha a esperança de fotografar os gols do Itabaiana, o que não aconteceu. Por outro lado teve um torcedor que me reconheceu do evento na CDL e me pediu para fazer uma foto dele para eu trazer aqui para o Rio, ou as piadas de um dos torcedores que estava atrás do gol no segundo tempo e disse:
“Ai hein fotografo?! Só tirando foto do gol, mas ta difícil, se você depender de gol do Itabaiana para ganhar dinheiro, você tá lascado!”
Com o fim do jogo vou me despedir do povo em especial das rádios e na hora que fui dar um tchau para o pessoal da Radio Princesa da Serra, quase pago o mico de entrar na cabine com locutor no AR e dando as palavras finais do jogo! Já com Roberto Carioca da Rádio Capital do Agreste, o mesmo agendou comigo uma entrevista para o dia seguinte ao meio dia.

ELENCO DO JOGO E BASE DA TEMPORADA 2007!

Eu, Lorena e sua mãe D.Silvia fomos embora e paramos para pastéis com caldo no trailer em frente ao estádio e fui para casa da minha tia (apenas um quarteirão do estádio). Já em frente à casa de minha tia, D.Silvia falou que minha camisa do Itabaiana era antiga e iria lavar a dela para me dar uma mais recente e assim tenho camisas do Itabaiana das temporadas de 1997 e 2006.

29 – 12 -2008 - The Day After...
Passei parte da manhã esperando a entrevista com Roberto Carioca na Rádio Capital do Agreste e aproveitei para ir à uma lan-hause, ver como estavam as coisas no mundo virtual e lembro de dois papos pelo MSN:
1- Silvia, a menina mais bonita de BH, me contou que devido à violência no Rio, a família dela que planejava passar o revellión no Rio tinha desistido.
2- Um amigo perguntava se eu tava pegando muita mulher em Sergipe, e disse que eu tinha que honrar os cariocas, pois no geral quando um carioca chega em qualquer lugar arrebenta. Respondi que até aquele momento só tinha dado uns beijos. O curioso é que enquanto falava com ele, eu também falava com a menina que levei para cama em minha primeira noite de volta ao Rio! Rsrsrs...

Ao meio-dia fui a Rádio Capital do Agreste para a entrevista com Roberto Carioca e lá pude conversar melhor com ele sobre política, futebol, Itabaiana, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,Jornalismo, Orkut e Radialismo. Roberto Carioca disse que conhecia por nomes alguns locutores do Rio, já que muitos programas, em especial jogos de futebol, são transmitidos para o Brasil. Dos locutores que são professores da Estácio de Sá, ele reconheceu Francisco Aielo da Rádio Globo. Roberto Carioca além de esporte também fazia o jornalismo policial e cidade, e me convidou para uma volta pela cidade para apurarmos os fatos itabaianenses. Entramos no carro da rádio e partimos. Primeira parada entrega uma promoção para uma ouvinte premida com de vale-butijão de gás. Gostei daquilo, era uma espécie de periferia de Itabaiana em uma rua sem asfalto, quase sem nome, e algumas casas nem números tinham. Foi até difícil de achar a casa da felizarda.

No carro uma entrevista ou debate com a prefeita da cidade onde a mesma comentava como seria as festas de final de ano na cidade, e também classificou como vergonhosa a inaugurarão da nova iluminação do Estádio do Itabaiana, obviamente que ela é (ou era) oposição aos políticos que “deram a luz” no estádio na noite anterior.

Seguimos para o centro de Itabaiana e paramos na Praça da Matriz. Ele sai do carro por alguns minutos, mas mal saiu do carro voltou e me contou que aquela praça era o centro de Itabaiana, logo o centro de Sergipe.

Naquele momento EU VIAJEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII...
Meu lado místico foi acionado, refletia comigo sobre o fato daquela Pça ter sido o palco do meu primeiro beijo 30 anos antes, tipo:

Por que certas coisas só acontecem comigo?
Por que minha vida parece sempre um filme?
Por que eu sou tão raro assim?


Seguimos até à delegacia da cidade, fazer o ronda policial e lá “conheci” alguns dos procurados pela polícia local pelas fotos fixadas na parede. Estacionados em frente à delegacia, Roberto Carioca faz as chamadas do noticiário policial e esportivo, e após fazer seus comentários sobre o jogo da noite anterior ele me entrevistou. Na entrevista dei meus pontos de vista da partida, falei sobre a comunidade que criei no Orkut para o Itabaiana mesmo morando no Rio de Janeiro e aproveitei para convidar os ouvintes para participar da comunidade.

Finalizado o papo, fiquei próximo à casa de minha tia e de lá segui para Campo do Brito na esperança de ir com meu primo ao AJU ROCK FEST II. Meu primo acabou desistindo de ir e eu voltei sozinho para Aracaju, para o tão aguardado evento de rock na capital Sergipana, mas isso fica para o próximo capitulo...



Namastê!
Michael Meneses!

terça-feira, agosto 26, 2008

Diário de Viagem de um Parayba – Parte 8

27/12/2006 - ITABAIANA/SE - Solenidade com a Associação Olímpica Itabaiana, primeiras noites dormidas (ou não) em Itabaiana, Ônibus incendiado...



Subúrbio Carioca em Solenidade de Posse de Diretoria do Itabaiana/SE
Finalizado o treino voltei à casa de tia Maria. Antes, parada para pastéis com caldo de cana num trailer em frente ao estádio, pastel assim é tudo de bom, igual a pastel de feira, não tem melhor. Tomei banho, jantei deliciosamente cuzcuz, café e pão com queijo... Fui ao encontro da Guia-Lorena e partimos ao evento de posse da nova diretoria da Associação Olímpica Itabaiana, no auditório do Clube dos Diretores Lojistas (CDL) da cidade. No caminho passamos pelo mais importante colégio da cidade, o Murilo Braga, e minha mãe estudou nele e o avó de Lorena lecionou Latim. Uma vez vi a caderneta escolar da minha mãe e lá constava aulas de Latim, pensei: “Será que o avô de Lorena foi prof. da minha mãe?” Dizem que o mundo é pequeno, se for verdade Itabaiana é menor ainda. Mas não acredito num mundo pequeno, para mim o mundo é grande, mas FAÇO o mundo ser pequeno para girar ao MEU redor.

Na CDL fui apresentado ao então presidente do Itabaiana algo tipo:
Lorena: Oi!
Presidente: Olá menina!
Lorena: Lembra que lhe falei que tinha um torcedor do Itabaiana no Rio de Janeiro que tinha feito à comunidade do time na internet? Ele é esse aqui ó.


Todo mundo se espantava: “Como assim você é do Rio e torce para o Itabaiana?” Falava da minha família e o povo entendia o fato de ser Tricolor da Serra! Conversei com o presidente e ele me agradeceu e perguntou onde eu morava no Rio, ao saber que era em Mal Hermes me disse que morou em Nova Iguaçu e passava diariamente por Marechal, em seguida me apresentou ao novo e atual presidente do Clube e à Lorena a um dos goleiros do time.
Nesse momento um senhor entra no auditório vestido com uma camisa do Flamengo (fato normal em qualquer lugar do mundo) e o então presidente diz:
“O fulano que camisa é essa?” Comentei que a camisa era bonita e o presidente diz: “Camisa bonita é essa!” E aponta para uma camisa do Itabaiana.

A ficha caiu e pela primeira vez em muito tempo estava num ambiente onde as pessoas tinham FLAMENGÃO, viasco, bostafogo, fluminado, palmedas... como segundo time e não primeiro como é o costume. Naquele local a certeza era quase que unânime, o ITABAIANA ERA O MELHOR TIME DO MUNDO!

Eu, Lorena e o goleiro nos acomodamos à espera do inicio, percebi que iria produzir melhores fotos longe dos assentos e fiquei em pé. O auditório encheu de torcedores, jornalistas, políticos, atletas, ex-atletas e personalidade locais.

O evento teve início e o Presidente fez um balanço da sua gestão, conquistas, finanças... Em certo momento um senhor o interrompe e lembra que ele esqueceu da (então) recente conquista do clube o título da Copa do Governador 2006, passaporte para o time disputar a Copa do Brasil 2007. O senhor era o maior Ídolo da história do time, o craque Justinho.
O Pres. concordou e acrescentou que o time disputou Copa SP de Juniores.

Além da apresentação da nova diretoria, comissão técnica e elenco 2007, uniforme e foi apresentada a novidade do clube. O Site do Itabaiana.
Os criadores foram exibindo o site e explicaram que o mesmo não era só do time, mas sim da história da cidade, e assim descobri que Itabaiana tem a MAIS ANTIGA FILARMONICA DO BRASIL EM ATIVIDADE.

Os webmasters comentaram que graças ao site, itabaianenses que moram em outras cidades e até nos EUA entraram em contato buscando notícias da terra da cebola. E então fui apresentado aos presentes, mais ou menos assim:

Webmaster: “Inclusive gostaria de mencionar que temos a ilustre presença do criador da comunidade do Itabaiana no orkut, ele é carioca e mesmo morando no Rio de Janeiro criou uma comunidade no Orkut para o nosso time”

Havia cerca de 200 pessoas no local, estendi um dos braços fazendo sinalzinho da paz e recebi calorosas palmas, acho que a maior de todo o evento e novamente provocou aquele questionamento nos presentes: Como pode alguém torcer pelo Itabaiana morando no Rio de janeiro?


Finalizado o evento, geral foi convidado para o jogo da noite seguinte: ITABAIANA/SE X Atlético de Alagoinhas/BA. Ocasião da inauguração da nova iluminação do estádio. As pessoas já se retirando do local, ou em direção ao coquetel oferecido pelo clube, quando um senhor de no mínimo 60 anos veio lá do fundo em minha direção, me cumprimentou e disse que ao saber que eu era do Rio e torcedor do Itabaiana, tinha sido o motivo das palmas mais fortes que ele bateu no evento. Não teve jogador, site, político ou outra coisa que o fizesse bater palmas mais forte. Um misto de orgulho e felicidade estampava o sorriso daquele senhor. Viver aquilo mexe com o MEU EGO até hoje e compensou as críticas por criar a comunidade no Orkut do Itabaiana, como ser chamado de MALUCO e as raras participações no inicio da comunidade.


No coquetel, só usufruir de refrigerantes. Na dúvida é melhor não ariscar e comer um salgado com cara de bolinha de queijo, mas recheado de animais mortos. Conversei com o João Batista do site
SE LIGUE meu portal de notícias de Itabaiana no Rio, e com radialistas das principais rádios da cidade, a Princesa da Serra e Capital do Agreste que me convidaram para entrevistas, um deles era Roberto Carioca que tem Carioca como apelido por ser de Nova Iguaçu, ou seja, subúrbio do Rio sempre presente.

Finalizado o coquetel levei Lorena em casa, e ela parecia mais preocupada com a minha segurança do que eu com a dela. Eram por volta das 23 hs, basicamente a cidade dormia, coisa típica do interior, nem barulho de TV ouvia-se e apenas um ou outro barzinho aberto, mesmo assim com poucos clientes. No portão de casa, Lorena ficou inquieta com dois adolescentes correndo na esquina. Eu não tava nem ai! Afinal moro no Rio de Janeiro e não vejo essa violência toda que dizem existir na cidade maravilhosa. Como já contei aqui na série da viagem a Sergipe, se teve uma coisa que fiz em Sergipe foi desmistificar que o Rio é um lugar violento, e confesso que estava conseguindo mostrar que essa violência toda é coisa da mídia (e é mesmo), porém...

Ônibus incendiado...

Voltei para casa da minha tia, a principio a idéia era dormir na cidade vizinha de Campo do Brito, mas àquela hora já não havia transporte e optei por Itabaiana depois de quase 20 anos sem dormir na cidade. Tive que acordar minha tia para abrir a porta e da calçada ouvia o som de um rádio meio fora de sintonia tocando música. Fui dormir no sofá, fazia calor e por isso a porta do quintal ficou aberta para ventilar a casa, por conta disso fiquei paranóico de algum bicho tipo escorpião, aranha... Me morder enquanto dormia, mesmo com calor me enrolei ao maximo por medo. O grande barato da noite foi que voltei no tempo rumo aos anos 80 quando minha mãe me levava para Itabaiana e dormia por lá ouvindo o rádio do meu primo Testa a noite toda, sempre meio fora de sintonia. Aquilo provava que alguns sentimentos não mudam com os anos ou com os aparatos tecnológicos. Mas como estava dizendo...
De certo modo conseguia desmistificar a imagem violenta do Rio. Mas foi ai que dormindo e acordando o tempo todo ouvindo naquele rádio fora de sintonia, uma espécie de “O Globo no Ar” local que usava a música “Aries” do Vangelis como tema. Durante as noticias nacionais o Rio de Janeiro era o foco principal:

“MADRUGADA VIOLENTA NO RIO DE JANEIRO COM ÔNIBUS INCENDIADOS, TROCA DE TIROS...”

Naquela hora bateu uma decepção em ser carioca, pois enquanto estava a 2000 km defendendo a Cidade Maravilhosa, uns manés estragavam meu trabalho, por interesse político. Na época foi comentado que os ataques eram um recado do trafico aos políticos eleitos e que tomariam posse em alguns dias.

E no Proximo capitulo...

NAMASTÊ!

MICHAEL MENESES!